segunda-feira, 15 de maio de 2006

sexta-feira, 12 de maio de 2006

Um bom momento:

"É o mesmo que acontece, tenta Perowne convencer-se a si próprio, quando se clipa um aneurisma: absorve-se a variação de um tema imutável"

quinta-feira, 11 de maio de 2006

back to basics

O único requisito para ser vizinho de uma escola é ser mau, concluo eu, ao entrar na escola dos meus filhos e dar com o M. a chorar, que o vizinho não devolve a bola, que ele já pediu, que jaz no jardim à espera do cão

e a Clara, que o M.chama de avó:

"ele nunca devolve, ela às vezes devolve, quando ele não está"

(e eu vou, em teletransporte, até casa deles, sento-me na cozinha a vê-los discutir sobre os miúdos que choram e sobre as bolas que o fartam e ela faz tomatada enquanto diz: "no fim do ano devolvo-as todas, sem tu saberes e depois digo que as furei e as deitei fora e tu vês isso como um triunfo")

(e vou também, no mesmo shuttle, até ao meu colégio, encostado à rede, com as mãos a ganhar a cor e o cheiro da ferrugem, a mulher que nunca víamos, mas que tinha uma faca onde ficavam as bolas que nunca voltavam para este lado da rede, por muito que esperássemos. Consta que ela, em requinte de malvadez, devolvia as bolas de borracha imaculadamente cortadas ao meio, como queijo flamengo.)