terça-feira, 21 de fevereiro de 2006

Jogo de Espelhos

A pergunta mais difícil da minha vida, pela angústia existencial com que o F., de 6 anos, me confronta:

F: "Pai, tu és 1 dread ou 1 beto?"

(...e não vale a pena pensar que a resposta é fácil, porque a dificuldade está em não ser o que parece)

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2006

Blue Train



Enquanto não estouro o aumento em discos...

The Waterboy



O meu Waterboy preferido já não é o Mike Scott, esse companheiro de insónia, mas o meu irmão do Norte, aka "rei das festas brutas" ou Presidente da Associação das Àguas, esse homem que, jurando que não se pastilha, vive de garrafa de água de plástico no bolso e que não tem sede, antes está "desidratado".

terça-feira, 14 de fevereiro de 2006

Role playing em Boa Hora

Visto do banco das testemunhas, aquela espera, aqueles rituais decrépitos, aquela sala imensa, aquelas vestes negras, aqueles 3 que cochicham por cima da instância da Procuradora, que usa o silêncio para captar a atenção

- como eu fazia, a medo, durante os exames orais -

a parafernália de gravadores, amplificadores, cassettes, casse-têtes, aquele frio, todo aquele espaço, todo aquele papel, aquele funcionário que passou a tarde, de um lado para o outro, com um só papel na mão, aqueloutros três vestidos de negro, que disfarçavam a igualdade conferida pela beca com óculos channel e botas de salto agulha,

nada daquilo faz sentido.

83 anos,

sapatos de vela, meias de lã, calças de bombazina, camisa de flanela, um casaco de lã, um blazer (de lã) e uma canadiana

- castanha -

um boné que pousava elegantemente no joelho, de perna traçada, e numa conversa de ocasião, de salão, de espera para depor como testumunha arrolada pela acusação
(resistindo, ambos, a tentar fazer as pazes com Deus - the truth and nothing but the truth - e com o Diabo do arguido, mentindo-lhe (ou seria ao contrário?!), a revelação de uma história de vida, de uma vida em comum com a sua

"companheira", âncora,

"veja esta foto aqui, no dia do nosso casamento", "e esta aqui, no Luso, no casamento de uns amigos", "tinha uns olhos lindos, sempre teve"

resumida num papel, imaculadamente dobrado e manuscrito, que distribuiu à família e aos amigos, no Natal passado, agradecendo à "companheira", âncora,

"cremada, como eu também vou ser, porque nós combinámos isso", a energia que lhe deixou para, apesar da solidão, continuar a gostar de levar com o vento e a chuva na cara.

Quem nasce torto, tarde ou nunca se endireita:

ou de como um improvável encontro se transforma num provável desencontro.

história da galinha e do ovo na era da globalização (alternative take)

"Is my life my blog or my blog my life?"


(James Marsh, in "bloglifters of the world: unite and take over")

terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

Antonio, em autoretrato:

"Muito terra a terra, e com um happy end."

E, a propósito, duas confissões:

1. quem me dera, quer uma, quer outra;
2. o "tom de restelo" em que a ouvi dá à frase toda uma outra dimensão.

Fernando

O Fernando (um informático de esquerda, saxofonista cá do burgo) abordou-me no carro, pedindo-me os documentos. Dei-lhe boleia, de que ele não precisava, para o menos 2 e ele sentou-se, pôs as penas dos indios do xi na cabeça, fechou os olhos e disse: "isto é miles, isto é miles de certeza". E era, claro.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2006

história da galinha e do ovo na era da globalização:

o governo é patrocinado pela Microsoft ou a Microsoft é patrocinada pelo Governo?