sexta-feira, 12 de outubro de 2007

I couldn't stand another hour in daylight

Algumas recordações são ridículas, outras menos.

Da Secundária (é mesmo assim que lhe chamamos, just Secundária), a gravar poesia de Helberto Helder em cima de Debussy para serem ouvidos, ambos os dois, concomitantemente com um espectáculo misto de dança clássica e moderna coreografado pela aluna que haveria de ser candidata, deisuludida, a miss, que era também a leading dancer. Gravação efectuada na sala de um qualquer prédio da Amadora, com aparelhagens encrustradas em armários folheados a madeira e de puxadores dourados com retorcidos, onde morava o tio da leading dancer, também ele pato bravo, como o pai da dita.

Da Secundária, com um fantástico grupo, a representar numa peça encenada pela Ferrari, em que personagens da vida contemporânea - rezam memórias mais lúcidas que uma deles era o Sting -se cruzavam com filósofos com nome de primeiro ministro num apelo à solidariedade intergeracional ou de como o o texto cede, sem hesitação, ao prazer de lá ter estado.

O meu primeiro autógrafo foi arranjado pelo meu pai, acabadinho de chegar de um congresso de medicina do desporto. O signatário era o Sheu.
O segundo, outro autógrafo arranjado pelo meu pai, do Paulo Futre: quando lho pedimos, os três irmãos, íamos no carro a passar junto à ribeira - hoje museu da ciência em Sintra - e cada vez que passo lá lembro-me disso.
Depois, seguiram-se autografos vários, do Carlos Xavier, do Bela Katzirz, grande frango com uma mão que ocupava a cabeça inteira dos meus irmãos, da Suzanne Vega em Cascais, do William Douglas Umia Menezes, já retirado, no Jamor, da Susan Sarandon no aeroporto de MAdrid, em escala para NYC em honeymoon, do Bret Easton Ellis na Barnes & Nobles do Soho, do Zico junto ao Central Park, do Paul Auster em Lisboa, no Monumental, do Paul Auster em Lisboa, na Culturgest - estes todos arranjados por mim, in persona.
O mais recente, para já, Oller Gunar Solskaer, ex-mestre da desmarcação e agora treinador de avançados do Manchester: 4ª feira, 20 de Setembro de 2007, em Alvalade. Ficou confiado ao meu irmão mais novo.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Six feet Under






Haverá pensamento mais maníaco, ou mais depressivo, ou mais maníaco-depressivo do que imaginar o seu próprio funeral e marcar faltas e presenças, faltas de material e de decoro?

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

O homem é duro





e (a conjunção correcta foi banida por post anterior) eu gosto dele.

Com o ressabianço no máximo por ter sido banido da intimidade blogófila de 3 amigos comuns durante uns mesitos, entra na minha casa apinocada para o receber depois de um dia inteiro a cozinhar para ele e, ainda no abraço inicial, arrota

"o blog do gajo é muito melhor que o teu".

Sempre teve ele, essa enorme capacidade de tentar, e por vezes conseguir, mudar a atitude das pessoas perante as coisas da vida com os seus comentários off. De tal forma que as pessoas que nós, os amigos dele, lhe apresentávamos, eram invariavelmente avisadas para não lhe ligar na primeira meia hora, que as perguntas iriam parecer, como sempre pareciam, de um psicanalista da linha dura sem jeito para preliminares:

"e tu, gostas de dormir com a tua irmã?"

Resistir, sempre: O Autor resistirá à vingança de fazer deste espelho um reflexo do pier e à tentação de competir com o blog alheio. Porquê começar agora, se resistimos até hoje?

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Não contem, mas são 36

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Al quê?

Coitadinhos vs 'Tadinhos

Erradicar a primeira como sinal de compaixão e eleger a segunda como sinal de desprezo, eis um novo desafio linguístico, e não só.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Cautchu



Nós jogávamos à bola com os padres para no fim lhes roubarmos as bolas, que eram de cautchu.

Watermelon Man




O Agô e os amigos, em Goa, em fila pleonasticamente denominada de indiana, o primeiro a entreter a vendedeira com coisas de miúdos. A vendedeira atende o impaciente inglês do lado e, zás, cai a melancia e vai, de toque de calcanhar em toque de calcanhar, até ao último da fila, que a põe debaixo do braço e arranca para debaixo da árvore em cujo tronco a abre, para delícia dos sedentos ladrões.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Erro Fatal

Ser simples torna qualquer exigência um capricho, ser complicado torna qualquer cedência uma benção.

A d'Ontem



Ele anda, normalmente, com duplas, porque, no dizer do próprio nas suas vestes da Fanã, "não mordo tanto quanto pareço e mordo menos do que mereço".
A d'Ontem era esta musa.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

En hommage

à segunda adolescência da Blue, devo dizer que apesar de exausto

- sim, também por isso -

foi bom receber o quarteto fantástico, ouvir os seus delírios (quase) monotemáticos, pontuar aqui e ali com uma visão exterior, abastecer as divas de combustível - catalizando a sua verve - e, até, ficar só, na sala, a limpar os despojos daquela noite que, para elas, terminaria de manhã.

E, ainda melhor, rever o seu sorriso que acompanha o nascimento de relações com uma felicidade infantil.

Nota do Editor

O regresso dos posts revela uma certa pacificação com o autor, mas não uma pacificação acrítica com a comunidade (a blogger incluída).

Update

O perfil abaixo mantém-se actual. Leio e releio e só muda a idade. Vou mudá-lo agora antes de ele ficar ainda mais desactualizado.
Ficará assim por mais um ano e eu, durante esse ano, um ano mais novo.

Chão Nosso

"Os Trovante (1) começaram no dia 4 de Agosto de 1976, em Sagres, quando um grupo de amigos se juntou para fazer música. A sua formação original era constituída por João Nuno Represas, Luís Represas, Manuel Faria, João Gil e Artur Costa".

Há 36 anos um grande amigo - daqueles cujas intermitências, por mais duradouras que sejam, são inócuas - nasceu e começou a relacionar-se com o Mundo Exterior.

31 anos depois, dou, pela primeira vez - se descontarmos um aperto de mão ao Manuel Faria, no fim do concerto no Campo Pequeno, taquicárdico de excitação - de caras com um deles, para concluir, como eles terão concluído há 31 anos, que o dia 4 de Agosto é, aliás como qualquer outro, um óptimo dia para começar relações.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

O hábito faz o monge



O Rival Bimbo confessa-se e, de uma penada, cede à insistência do psicólogo do Amélia e dá-lhe o figurino que ele há tanto reclamava.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Mónica e Zé (mas take 2)

Final da Champions (parabéns, Maldini) em casa da Mónica e do Zé, ouvindo-os falar do mais recente membro da família e das suas manias e feitios, da forma como descarrega a pressão, dos necessários cuidados, no manuseio e transporte, dos barulhos que faz de noite, da dificuldade que é sair de casa para beber uma imperial em qualquer lado, das especiais cautelas que nasceram - também agora - na escolha da casa de férias, que não pode ser demasiado quente, da quase impossibilidade de beberem um bom vinho, e, last but not least, da necessidade de aquele novo ser ser encarado de frente, sem medos, e passado para os braços dos amigos, sem receios e com o altruísmo de quem gerou uma vida.

O bebé não chora, mas tira as melhores imperiais do mundo.

Regresso em Diabinho

O meu F. regressa a casa, depois da mais prolongada ausência (três dias, duas noites) em acantonamento escolar, com os seus.

Cabeça cheia de estórias para contar e de uma nova personagem, o Diabo.

Fujo, como o Diabo da cruz, da resposta à inevitável:

-"Pai, o Diabo existe?" e

devolvo com o pedagogicamente aprovado

- "o que é que TU achas?"

obtendo em resposta

- "O meu coração acha que sim e o meu cérebro acha que não".

Salto para medos:

- "que são lutas entre o coração e o cérebro".

Remata:

- "o cérebro do Vasco está a ganhar ao coração, que o Vasco já conseguiu fazer uma festinha ao cão do acantonamento, o Tejo".

quinta-feira, 29 de março de 2007

Fernando the JazzMan # 3

"Vem aqui ter comigo e partilhamos pensamentos. Pensamentos talvez não, que não sou capaz. Partilhamos memórias".

Menina (emprestada) em casa pelo fim de semana (parte 2)

Eu gostava de me lembrar como era lá dentro, na barriga da minha mãe.

Menina (emprestada) em casa pelo fim de semana (parte 1)

Não tens champô com amaciador?

vai uma partidinha, Guga?


domingo, 18 de fevereiro de 2007

novo desafio, linguístico, bloguístico e não só

erradicar a adversativa "mas".