do mundo é o F., que as apanha às 5 de cada vez e as põe no fundo do balde, depois de me ensinar que as mais fáceis de apanhar são - paradoxalmente - as maiores e que a melhor técnica, recomendada em todos os livros da especialidade, é mandar-lhes com areia para cima e depois apanhar o conjunto.
O F. também apanha carochas, mas essas não precisam de ir para o balde. Basta enterrá-las na areia e por um pau a marcar o sítio onde as enterramos. Depois, só tens de te lembrar onde está o pau, tirar o pau e cavar, que elas ainda lá vão estar.
Apostado em melhorar a técnica, o F. despeja o balde com as 7 pulgas em cima das carochas, enterra-os e marca o território com um pau de gelado. Passados perto de 10 minutos e apesar de eu o tentar demover, com medo da sua frustração, lá as consegue encontrar de novo, às carochas e às pulgas da areia, que devolve à natureza.
terça-feira, 31 de maio de 2005
A frase
mais adequada ao contexto de todos os tempos, ouvimo-la no concerto dos Duran Duran, rodeados de people like us, quando a S. me perguntou quem é que cantava o original que ouvíamos agora cantado pelo Simon cheio de cortisona para aguentar um concerto (e, nem assim o aguenta todo) e, de trás de nós, ouvimos, da boca de um Roadie:
"Era a Donna Summer" e,
perante a nossa (agora evidente) incredulidade,
o reforço com:
"eu tenho o vinil"
"Era a Donna Summer" e,
perante a nossa (agora evidente) incredulidade,
o reforço com:
"eu tenho o vinil"
terça-feira, 24 de maio de 2005
e agora, coisas boas
Saída à noite com a S. e o ZN, o mais fanático dos lampiões, que, por impulso conjugal que lhe permitiu controlar a avareza, atravessa o atlântico por um fim de semana e ruma ao bessa.
Encontro, na mesma noite, com o A. e M., que me perdem em gargalhadas por força da sua imutabilidade: hoje, como há 10 anos atrás, a M. não sabe o seu telemóvel e conserva uma ingenuidade e uma loucura invejáveis, que lhe trarão e, porventura, evitarão alguns dissabores; o A. continua a gozar o pratinho todo sem que o interlocutor perceba, continua a não se deixar gozar, continua aparentemente solteiro - oh, mistério insondável - e, como no 12º ano, continua a não se comprometer, nunca, a não ser no abraço de final de noite.
Encontro, na mesma noite, com o A. e M., que me perdem em gargalhadas por força da sua imutabilidade: hoje, como há 10 anos atrás, a M. não sabe o seu telemóvel e conserva uma ingenuidade e uma loucura invejáveis, que lhe trarão e, porventura, evitarão alguns dissabores; o A. continua a gozar o pratinho todo sem que o interlocutor perceba, continua a não se deixar gozar, continua aparentemente solteiro - oh, mistério insondável - e, como no 12º ano, continua a não se comprometer, nunca, a não ser no abraço de final de noite.
Um sofrimento maravilhoso
é como o NR, convencido pelo meu irmão M., aos 50 anos, a levar o filho adolescente ao futebol, descreve a sua nova paixão, ao mesmo tempo que, nas roulotes, de imperial em punho, descreve com os olhos marejados a alegria de ver passar a camioneta com os jogadores do SCP.
"Ele ficou encantado!", é a frase que um avô usa para descrever a alegria do neto quando eu, o M. e o D. o levantámos nos nossos braços e festejámos um golo, por sugestão do M., apostado em garantir que aquele miúdo, um pouco mais velho que os nossos mais velhos, não mais esqueceria aquele momento.
O SCP mostra, mais uma vez, ser o clube do quase: Quase que eliminou o SLB, quase que foi campeão, quase que ganhou a UEFA. Agora, como ouvia na escola primária, "agora só falta o quase".
"Ele ficou encantado!", é a frase que um avô usa para descrever a alegria do neto quando eu, o M. e o D. o levantámos nos nossos braços e festejámos um golo, por sugestão do M., apostado em garantir que aquele miúdo, um pouco mais velho que os nossos mais velhos, não mais esqueceria aquele momento.
O SCP mostra, mais uma vez, ser o clube do quase: Quase que eliminou o SLB, quase que foi campeão, quase que ganhou a UEFA. Agora, como ouvia na escola primária, "agora só falta o quase".
11 anos depois
os lampiões pintam a manta de vermelho.
Seria algo que, ultrapassada a fase da derrota pessoal, digeriria com relativa tranquilidade - perante a indignação do meu pai e do M. - não fosse a súbita irritação por ter de conviver com um colega que representa tudo aquilo que eu odeio num benfiquista: futebol na televisão, que o estádio é perigoso e cheio de primários, desprendimento nas fases negras do clube, apego e paixão maníacos na fase das vitórias, anti-sportinguismo primário que o leva a esquecer-se de festejar as vitórias com os colegas benfiquistas sem antes botar abaixo os colegas sportinguistas.
Eu, que gosto de sacrificar o meu sportinguismo em homenagem às minhas relações pessoais, confesso que isso me faz uma imensa impressão.
Seria algo que, ultrapassada a fase da derrota pessoal, digeriria com relativa tranquilidade - perante a indignação do meu pai e do M. - não fosse a súbita irritação por ter de conviver com um colega que representa tudo aquilo que eu odeio num benfiquista: futebol na televisão, que o estádio é perigoso e cheio de primários, desprendimento nas fases negras do clube, apego e paixão maníacos na fase das vitórias, anti-sportinguismo primário que o leva a esquecer-se de festejar as vitórias com os colegas benfiquistas sem antes botar abaixo os colegas sportinguistas.
Eu, que gosto de sacrificar o meu sportinguismo em homenagem às minhas relações pessoais, confesso que isso me faz uma imensa impressão.
11 dias depois
e ainda não perfeitamente recomposto de uma semana excelente sob o ponto de vista profissional e completamente arrasante sob o ponto de vista desportivo, volto a ter a tranquilidade - quer profissional, quer desportiva - para regressar a este espelho, sedento de divã.
sexta-feira, 13 de maio de 2005
1 ano a mais e um dente a menos
No dia em que o M completa 3 anos, o F perde um dente, arrancado carinhosamente na escola pela PB, porque "ela é que é a arrancadona de dentes lá da escola, pai".
domingo, 8 de maio de 2005
Maniqueísmos - Take 1
Apesar de nos podermos sempre socorrer de umas fórmulas muito seguras, do género dividir o mundo em "os amigos e os outros", e apesar de qualquer das seguintes poder ser integrada em qualquer dos lados da anterior, é sempre bom saber que, numa situação de desespero, podemos dividir o mundo entre os que
dormem na praia
e os que
não dormem na praia porque faz imenso mal.
dormem na praia
e os que
não dormem na praia porque faz imenso mal.
Spots - Take 2 - O Juvenal
é o concessionário [o legalizado, o da direita, o limpinho, o imaculado, com multibanco e factura, que o outro, o do Dinis (o da esquerda, nem por isso, nem pensar, só dinheiro ou paga amanhã, que eu não ve vou embora, você também não, qual é a pressa?!), mantém-se a viver dos proventos da barraca, como se nada fosse] do restaurante da praia do Carvalhal e, porque faz parte do estatuto, tem negócios de imobiliário que deixa ao sogro, "garanhão" de seu nome, pescoço e colo adornados por uma corrente que traz pendurado um falo dourado - por certo que não é de pexibeque (fica assim).
Esta malta que divide o território com uma passadeira de madeira empresta-nos a ilusão de pertença, a sensação de familiaridade dos pés descalços e com areia, que nos leva a convidar os amigos, os velhos e, às vezes, como hoje, os novos, a passar um dia naquela praia, com vista para aquele mar e para aquelas dunas que por vezes me fazem antecipar a reforma, perder o título académico, passar a 'Ti e deliciar-me com o sotaque.
Esta malta que divide o território com uma passadeira de madeira empresta-nos a ilusão de pertença, a sensação de familiaridade dos pés descalços e com areia, que nos leva a convidar os amigos, os velhos e, às vezes, como hoje, os novos, a passar um dia naquela praia, com vista para aquele mar e para aquelas dunas que por vezes me fazem antecipar a reforma, perder o título académico, passar a 'Ti e deliciar-me com o sotaque.
quinta-feira, 5 de maio de 2005
quarta-feira, 4 de maio de 2005
Perspicaz
[do lat. perspicace.]Adj.2.g.1.Que vê bem; que observa; penetrante.
2.Dotado de agudeza de espírito, ou que denota essa qualidade; fino, sagaz; observador; homem perspicaz, observação perspicaz, olhar perspicaz.3 Inteligente, talentoso [Sin. ger.;perspícuo.Superl abs. sint.:
PERSPICACÍSSIMO!]
a propósito de mais um episódio de transparência pessoal e com a inestimável colaboração do Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, 2ª Edição, Revista e Ampliada, Editora Nova Fronteira
2.Dotado de agudeza de espírito, ou que denota essa qualidade; fino, sagaz; observador; homem perspicaz, observação perspicaz, olhar perspicaz.3 Inteligente, talentoso [Sin. ger.;perspícuo.Superl abs. sint.:
PERSPICACÍSSIMO!]
a propósito de mais um episódio de transparência pessoal e com a inestimável colaboração do Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, 2ª Edição, Revista e Ampliada, Editora Nova Fronteira