terça-feira, 28 de dezembro de 2004

e, depois, os 4 no Mercedes

Quer ser um emprateleirado por um dia?

Eu não acreditava, mas acreditem: não é nada fácil trabalhar sem ter nada para fazer.

Outra Viga (e) migrada

Porque, já não sei porquê (embora me dê jeito atribuir isso a esse teu coté abrutalhado), a nossa relação não se fez assim, nunca te disse, com todas as palavras, que tenho saudades tuas e que ainda anseio, de cada vez que falamos, pelo teu regresso.

Não contente com isso, vieste, sádico, sublinhar isso no teu último telefonema que motivou a chapelada do Ano!

Também quero que saibas que - mantendo-se as coisas - há uma parte do meu trajecto que fica incompleta, que o vou ter de partilhar com os suplentes.

Find our way home

F., 5 anos: como é que vocês encontram sempre o caminho para casa?

O maior coito interrompido

da história deste blog deveu-se a uma fase de intensa absorção profissional.

(e, mal acabo de escrever isto, fico a pensar como justificar o próximo)

Eles andam aí

... e - como dizer? - a minha vida regressa em pleno.
De tal forma que só quando estamos juntos lhes perdoo (tão completa como transitoriamente) terem decidido emigrar e viverem estórias de aventuras nas favelas de salvador sem nós.

quarta-feira, 10 de novembro de 2004

Pessoas simples

As pessoas simples acabaram no tempo das nossas avós.

domingo, 7 de novembro de 2004

A morte aos 5 anos

F.: A morte existe.

G.: pois.

F.: as pessoas são bebés, depois grandes, depois velhos, depois esqueletos e depois morrem.

G.: não. vão para o céu e depois os esqueletos caem na terra.

Regresso à competição


Inimigo privado

Tivesse eu leitores - que gosto dos que tenho - e possibilidade de introduzir comments - que também gosto dos que tenho - e abrir-se-ia agora uma polémica.

Li e reli o Inimigo Público de 6ª feira. Sorri pouco e nenhuma vez pensei que valeria a pena ler em voz alta.

Acho, sinceramente, que são apenas um degrau mais abaixo. mais um. como se não estivéssemos já na cave -4 daquele parque junto ao camões cujas curvas o carro não faz à primeira.

And yet, não cedendo à moda

Grupanálise

Comento com um colega que, "aqui no escritório, não temos o modelo democrático introjectado".

Concordando, mas sem esconder - antes exibindo - o sorriso, responde o M. "pois, por isso temos pouco insight".

Estive quase a convidá-lo a vir ver-se ao meu espelho. Quase.

O jazz está fora de moda # 2

Quando a inocência da frase sobre o passadismo do jazz - da brincadeira, dirá o autor, agora já zangado, com a mão no trinco da fechadura do carro, pronto a sair, queixando-se de que eu sou muito sensível e ciumento - revela, em todo o seu esplendor (estertor (?)) como aquele autor me vê.

Concreto

Abstracto

quinta-feira, 4 de novembro de 2004

mas o que é que isso interessa?

Regressei ao jazz.

Entretanto, disseram-me: "o jazz está fora de moda".

Sem pensar em ir ao conteúdo, só pensei em citar o F. quando, do alto dos seus 5 anos disse a um miúdo da mesma idade: "mas o que é que isso interessa?"

terça-feira, 2 de novembro de 2004

Premonição

Reunião de colegas velhos e colegas novos, dentro de duas horas.

Há algo que me diz que se vai cumprir a tradição: os mais velhos vão gozar os mais novos e, à superfície, está tudo bem.

Pode ser que eu me engane, desta vez.

sexta-feira, 29 de outubro de 2004

Mister Malcontent

Johnny stumbles, Johnny falls
Under slogans
off the wall
he sees where's the sense
he says call me Mr. Malcontent
a waste of space and alcohol
drinking rain and eating soil
and slogans of the wall
cannot express himself at all
cut off my nose despite my face
and I will not more longer wait
or should I laugh or should I cry
or should I part my hair behind...
...or should I laugh or should I cry
as I become all I despise

terça-feira, 26 de outubro de 2004

Downhill na 6ª à tarde

A caminho da deprê, encontro o meu prozac sem efeitos colaterais.
Pego no M. e vou ao barbeiro. A correr pela rua, atrasado como sempre.
M. grita "corre pai, 'tá a chovê munto". Ao espelho no barbeiro, digo-lhe: "'tás a olhar para o espelho, estás a gostar, estás a ficar bonito". "xim, pai, bébé bonito".
Ando a ver - mas sem muita convicção - se ele deixa de se chamar bébé.

sexta-feira, 22 de outubro de 2004

blue

vá, agora eu pego em ti e dou-te toda a tranquilidade do mundo. a tranquilidade de te querer assim, aqui, para sempre. a tranquilidade de saberes que eu te quero assim, aqui, para sempre.

Erro de maquetação

Leio a capa do público e lamento que a tenham trocado com a do Inimigo Público: "Governo discute nuclear (e não divulga o documento); Santana Lopes sugere que os professores com horário zero (que maravilha de expressão, digo eu!) sejam assessores dos juízes; as taxas moderadoras na saúde de acordo com o finíssimo e justíssimo IRS até ao final do ano e, cereja no bolo: figuras incómodas a jardim deixam a ilha da madeira".

Leio a capa do inimigo público e lamento que a tenham trocado com a do público: "Inversão do ónus da prova: santana vai ter que provar que não dormiu a sesta, rui gomes da silva que tem cérebro, morais sarmento que não é a Alta autoridade para a comunicação social e benfica que a bola entrou."

quinta-feira, 21 de outubro de 2004

3ª e 4ª - CL

Resumos da Champions com amigos, espojados no sofá.
Sonho masculino, to do before I die.

Ambivalente

Estou com um "insight" que me causa ambivalência: acho, ao mesmo tempo, que me dá certezas de muitas coisas e que me dá certezas de demasiadas coisas.
Vivo mal com a ambivalência, causa-me ansiedade, nervosismo, irritação e tendo a terminar com ela escolhendo mal.
Prossigo no caminho das convicções ou da flexibilidade?

quarta-feira, 20 de outubro de 2004

Seca

Ando seco e a resistir à tentação de citar, citar, a ponto de me perder.

quarta-feira, 13 de outubro de 2004

Set you free

"Walk in the tide, walk in your eyes."

Eco?

Oiço um irmão meu, perante a evidência das suas melhorias, pessoais e sentimentais, no último ano:

"Pois, mas AINDA não sou perfeito"

????????????????AINDA?????????????????????????????????

Day after

Constato, não sem surpresa, ter um conjunto de amigos com os quais só estou em estado de alucinação.

Para já, constato, apenas.

segunda-feira, 11 de outubro de 2004

Época de Inverno

Sábado. Chuva, camisola e Farenheit.

quinta-feira, 7 de outubro de 2004

SpeedLove

numa palavra: maravilhoso.

(e só tu sabes como essa palavra marcou aqueles nossos 3 dias)

quinta-feira, 30 de setembro de 2004

férias



Tiques de escritório

As pessoas entram e, invariavelmente, olham para o monitor, mas só o fixam se está no outlook. Tentarão ler o correio?

terça-feira, 28 de setembro de 2004

jorio santana

Há algo de conservador em mim.

Quando antecipo o Z com farta cabeleira (com a que tinha, há mais 15 anos, quando fomos a Paris de autocarro, os 4) depois da intervenção do mago cirurgião plástico com o sugestivo nome de Jório, fico tenso.

Mas mesmo M., a minha amiga irmã, por natureza progressista nestas coisas do hedonismo e da imagem, me disse: "depois de ver, eu sou contra".

Não consigo ser contra, mas vou passar a usar a expressão.

elephant

Fabulosos movimentos de câmara, sequências longas, de intimidade avassaladora.

O In and Out, a linha de tempo, as outras linhas do tempo, as visões várias do mesmo (será mesmo o mesmo?) momento.

Fabulosa peça tripla do encontro no corredor entre o fotógrafo, o modelo e a feia.

Fabulosa câmara parada no campo de jogos.

E eu só estou a ver isto agora?

O haxixe faz reacção com o silicone

Recomendei que M e Z levantassem o cu da cadeira e fossem a correr ao video center alugar o "elephant" de GVS e que se sentassem na chaise longue (se eu estivesse lá, seria minha!) a fumar um berlaito e a vê-lo.

(sim, há um delay na mensagem, mas isso é da paternidade...)

As respostas foram um sinal dos tempos:

Z: vou ver, mas não preciso de me levantar, que eles trazem a casa.

M: vou ver, mas não vou fumar, que o haxixe faz reacção com o silicone e fico cheio de borbulhas.


sexta-feira, 24 de setembro de 2004

Deseducativo

Vejo no público - mas fico em denial - que num qualquer distrito, 500 dos 670 professores solicitaram destacamento por razões médicas.

500 dos 670 !

É verdade que a profissão é mal tratada; é verdade que, já desde há muito tempo, os professores são tratados meramente como quem dá a matéria aos putos.

(de tal forma isso é verdade que hoje ouvi um colega meu dizer que não fazia mal, que nem os professores nem os putos se importavam de não ter aulas!!!)

Mas, caramba, 500 dos 670!

Fico à espera dos desmentidos sindicais: "manobra de diversão de um governo fascista que, ao errar, prefere atirar areia para os olhos do povo, para que este transforme os professores em inimigos".

Pasmo - é impossível ficar indiferente - com uma ministra da educação que, sendo incapaz de usar conceitos abstractos (os mais machistas atribuem isso ao género...) põe a culpa num programa de computador.

Lembra-me uma história que se passou comigo, há uns anos: tendo eu provado que já havia pago uma reserva de hotel, a conciérge teimava: "I understand that sir, but the computer doesn't let me, the computer doesn't let me."

Tal como eu quase perdi o avião, os miúdos podem perder a oportunidade para estar na escola, a crescer e a ser felizes.

Está tudo bem, vai começar a quinta das celebridades...

quinta-feira, 23 de setembro de 2004

Telefonema para casa, antes de mais uma maratona nocturna de trabalho:

mais velho: olá pai. sim, eu dou-lhes (à mãe e ao mais novo) beijinhos por ti.

mais novo: ah bebe ah banho ah fio ah xi ah banho.


Internal Server Error

The server encountered an internal error or misconfiguration and was unable to complete your request.
Please contact the server administrator, blogger@trakken.com and inform them of the time the error occurred, and anything you might have done that may have caused the error.

More information about this error may be available in the server error log.

Quem são esses (as) gajos (as) que topam os meus erros internos, as minhas desconfigurações? E, sobretudo, quem é esse server error log, que regista informação sobre esses erros?
Escusava de ter recebido isto quando tentava fazer um tributo ao Sérgio Godinho. Act of God?
Quando
tu me vires no futebol
estarei no campo
cabeça ao sol
a avançar pé ante pé
para uma bola que está
à espera dum pontapé
à espera dum penalty
que eu vou transformar para ti
eu vou
atirar para ganhar
vou rematar
e o golo que eu fizer
ficará sempre na rede
a libertar-nos da sede
não me olhes só da bancada lateral
desce-me essa escada e vem deitar-te na grama
vem falar comigo como gente que se ama
e até não se poder mais
vamos jogar
Quando tu me vires no music-hall
estarei no palco
cabeça do sola
o sol da noite das luzes
à espera dum outro sol
e que os teus olhos os uses
como quem usa um farol
não me olhes só dessa frisa lateral
desce pela cortina e acompanha-me em cena
vamos dar à perna como gente que se ama
e até não se poder mais
vamos bailar
Quando tu me vires na televisão
estarei no écran
pés assentes no chão
a fazer publicidade
mas desta vez da verdade
mas desta vez da alegria
de duas mãos agarradas
mão a mão no dia a dia
não me olhes só desse maple estofado desce pela antena e vem comigo ao programa
vem falar à gente como gente que se ama
e até não se poder mais
vamos cantar
E quando
à minha casa fores dar
vem devagar
e apaga-me a luz
que a luz destrouta ribalta
às vezes não me seduz
às vezes não me faz falta
às vezes não me seduz
às vezes não me faz falta.

O primeiro tributo com citação sublimada: Sérgio Godinho.

9 anos ontem. 16 daqui a poucos meses.

There's a lot more where those came from.

terça-feira, 21 de setembro de 2004

Fim de semana em Lisboa. Porquê?

O mais velho tem duas festas de anos, uma no Sábado e outra no Domingo.

(o que é rapidamente transformado em vantagem: empandeiranço do mais novo num dos dias, com cinema (ainda me saberei comportar?); no outro dos dias, sesta)

É a glória!!!!!!!
em declarações à TSF:

o presidente de uma junta de freguesia lá para os lados de ponte de lima:

"não, não fazemos análises, mas temos na qualidade da nossa água".

diga?

segunda-feira, 20 de setembro de 2004

"Let's take each other hands
And we will take it to the final frontier."

Para os da minha geração que andam distraídos - e para todos aqueles que queiram apre(e)nder algo sobre a minha geração, aviso: mad about you e thirtysomething em reposição no Sic mulher, ás 20.30.

Jamie e Paul, Hope and Michael.

sexta-feira, 17 de setembro de 2004

e diz o meu barbeiro: como é que o peseiro pode ser bom treinador, se ele é adjunto de um falhado?
E decidimos que vamos acampar os 4!
O prazer do futebol: o pai, os irmãos, os encontros acidentais nas roulotes - desta vez o manel, o ricardo, o bernardo e o rui - , os companheiros de bancada.

As cumplicidades com aqueles desconhecidos que vemos uma vez de 15 em 15 dias; a partilha do (s) sentimento (s) comum (ns) : a esperança que aquele seja um momento brilhante; a confrontação com as suas tristes limitações - brilhante não vai ser, pode ser só suficiente, se for...

O regresso a casa, de metro: separados pela enchente, a ouvirmos juntos as conversas do lado.

E o puto, a crescer imenso em 5 minutos: com o irmão mais velho e os amigos deste, tinha estado ao pé da "porrada". Até se notava o crescimento no brilho dos olhos dele, enquanto gozava com a mãe que, preocupada, logo lhe telefonou ao ver as "imagens de hooliganismo".

E são 2 horas alienadas, em que não se pensa em mais nada.


quinta-feira, 16 de setembro de 2004

Que Maravilha. Messenger com a Minha Amiga irmã!!!!!!!!!!
Porque é que eu deixei de ver notícias?
Só porque eles querem ver o disney?

Na 3ª feira vi notícias da SIC e agradeci aos meus filhos quererem ver bonecos.

Nem se pode olhar para aquilo.

Vou isolar-me entre o dartacão e o doraemon. Nos dias de solidão, vou pensar no pokémon.


quarta-feira, 15 de setembro de 2004

33 anos. a sophie blue.2 filhos lindos. poucos amigos. muita censura. tanta moral. culpa que atribuo a uma ética. muito trabalho. muito válvula de escape no meu trabalho. muito vai e vem com a família de origem.Nos dias ímpares, a certeza de quem sou. Nos pares, nem por isso. muito crítico. fama de injusto (acredito que seja, mas não tenho o proveito do sadismo). Amigo. Sempre a querer (nem sempre a crer) que aquele momento seja inesquecível para o outro. Sempre a querer melhorar tudo. Indisponível para o conflito.
Conciliador.Pacificador.Pactista.Pacifista.excesso de peso.defeito de leveza. nostálgico. nevrálgico.atrasado. rio de janeiro e a comporta. NYC e Amsterdão. Berlaito a 4. MPB e o Caetano.

e, desde domingo, um papagaio de papel.

terça-feira, 14 de setembro de 2004

e quando volto a ouvir caetano penso, invariavelmente, em como é que pude aguentar tanto tempo - mesmo que pouco - sem o ouvir.


sexta-feira, 30 de julho de 2004

Terá dito a Maria João Bustorff - senhora distinta que conheço mal, apenas dos tempos em que era casada com um amigo dos meus pais - que a cultura começa no ensino primário.

O comentário do meu interlocutor, que a citava, era que era indigno de uma ministra referir-se a ensino primário, porque este já não existe.

limitei-me a perguntar-lhe se a ideia dela, enquanto ministra da cultura, estava certa ou errada.

pela cara dele, fiquei com a sensação que nem sequer tinha pensado nisso.

soundbyte?

ou um puritanismo excessivo, rigorismo exacerbado que só se aplica a políticos?

quinta-feira, 29 de julho de 2004

Num divórcio litigioso, como é que se diz a uma cliente que tem idade para ser nossa mãe que ela e o marido (?!) vão ter de arranjar uma "plataforma de entendimento" acerca dos filhos, porque não são os advogados que vão tratar disso por eles o resto da vida??
Não sei se influenciado pelos nossos pátrios fogos, perguntou-me:

Pai, a água ganha ao fogo?

Sim.

ó pai, mas o fogo ganha ao gelo, que derrete, e o gelo é feito de água.

terça-feira, 27 de julho de 2004

Há uns meses, o meu filho mais velho (4 anos), explicando-me por que razão eu não podia impôr-lhe determinadas coisas:

"tu mandas em ti, a mãe manda na mãe, o mano manda no mano, eu mando em mim."

Ontem, explicando-me por que razões temos que fazer favores um ao outro (ou, dito de outra forma, por que razão ele me podia impor determinada coisa):

"tu mandas em mim e eu mando em ti; eu mando na mãe e a mãe manda em mim; eu mando no mano e o mano manda em mim; tu mandas na mãe e a mãe manda em ti; tu mandas no mano e o mano manda em ti (...etc) " terminando com "a vida é assim, pai".

Temo o pior com estas evoluções em poucos meses....

 

segunda-feira, 26 de julho de 2004

Espanholês ao telefone.
Tão ridículo quanto profissional.
Vi, há uma semana, o abrupto na TV.

Comentando o prazer que me tinha dado vê-lo e OUVI-LO  - a mim, que, à partida, estou longe dele por pedigree - com um amigo do PSD, achei estranho que ele só falasse do "ar desgrenhado de pseudo intelectual".

Desde há uns tempos que tenho para mim que as pessoas não ouvem a televisão, que só a vêem.

Nesse aspecto, corrigiria o Abrupto: não são soundbytes; são imagebytes.

O povo, esse soberano, escolherá entre o blazer azul com a camisa branca, aberta, mostrando um fio com um pendente religioso (á porta da Kapital) e o blazer escuro sobre a camisa escura (versão bairro alto a caminho do Lux) ou, nos dias de loucura, o blazer de cabedal preto sobre uma t.shirt escura.

Os alinhamentos são evidentes.
Lida a entrevista do Sócrates, fico a pensar se o homem tem uma ideia e se cita apenas para tapar o vazio.

Não me dá nenhum jeito pessoal - pelo contrário - concluir desde já que o homem não presta e, por isso "vou ao fundo do mar, vou ao fundo de mim", arranjar-lhe um benefício da dúvida.

sexta-feira, 23 de julho de 2004

regressei após longa ausência, "session expired", "forgot your password?", "forgot your username", mails de confirmação.

será que consigo sobreviver sem gostar do que vejo no espelho?
enquanto eu segurava a porta do elevador, o homem que eu nunca tinha visto disse: entre, que eu saio primeiro.

tive esperança que ele se tivesse enganado, mas não.

perguntei-lhe: é assim tão óbvio, e ele respondeu, com um sorriso, que sim.

 

terça-feira, 30 de março de 2004

A minha vida está a melhorar.

O homem do quiosque deu-me 5 cêntimos de fiado!!!

segunda-feira, 22 de março de 2004

fiquei grande parte da noite a falar com estranhos e senti-me muito bem, até amigo deles.

depois, pensei que isso significava, no fundo, que estava a ficar sozinho.

e fui-me abaixo.

valeu-me o meu irmão do meio, que acordei às 6 da manhã.
A oportunidade faz o momento, gritava um betinho para o seu amigo.
O meu amigo limitou-se a dizer, com um sorriso irónico nos lábios:
"juventude e a cultura".

lembrei-me dos slogans do IPJ e só lamentei que estivessem tão a leste.

sexta-feira, 19 de março de 2004

hoje fui ofendido: um cliente de um cliente meu escreveu-lhe uma carta a chamar-me "manhoso".
confesso que fico down, apesar de os meus amigos e colegas me dizerem que estive bem.
um dos manda-chuvas do meu cliente apoiou-me.
acho que vou processá-lo, mas só quando isto já não for só rancor.
hoje é dia do pai.
não trabalhei de manhã e estive com os meus filhos.
o mais novo gostou muito de ir à escola do mais velho e, como que por magia (eles nunca se tinham visto) correu a abraçar o melhor amigo do mais velho.


hoje é dia do pai, são 9 da noite e ainda não falei com ele.
digo a mim próprio que tentei, às 2 da tarde, e que ele não atendeu o telemóvel.
o meu barbeiro é um homem que me acalma.
respeita os silêncios, a vontade de falar, os disparates, os lados mais sérios.
o ambiente da barbearia também.
o espaço é óptimo, o ambiente entre clientes também.
vou lá desde que tenho cabelo e vou ter saudades de todos eles quando deixar de ter cabelo.
"as nuvens são lagos de vapor de água"

quarta-feira, 17 de março de 2004

Ontem fui com o meu cunhado, um puto que vai fazer 10 anos, ao futebol.

fica aqui já dito: o puto é especial e vai longe... se o deixarmos.
Vou para casa.

Tenho, desde ontem, um amigo a trabalhar comigo no escritório.

Por nós está a ser bom, mas será que os outros vão deixar que continue assim?

Não se pode saltar já uns aninhos e ficar só com os bonzinhos?
quem me conhece sabe que eu sou incapaz de ter uma relação sorumbática.

isto aplica-se, sobretudo, aquelas relações públicas, com empregados de café, de restaurante, de lojas, etc que vemos diariamente.

Sou incapaz de não saber os nomes deles, de não conversar um bocadinho, enfim.

no outro dia, dei-me conta de que tenho um ódio de estimação de entre essas relações diárias: o homem do quiosque, que vejo ou quando lá vou comprar qualquer coisa antes de começar a trabalhar, ou quando vou só espreitar as capas.

por muito que eu tente ser simpático, conquistá-lo, o homem mantém-se, nem dá uma abébia.

frio, distante, profissional. Bom dia, boa tarde, obrigado, comme il faut. Mas nem mais um dedinho (o gajo terá medo que eu pegue logo no braço todo?)

fiquei a pensar que o gajo me estraga aquele prazer de comprar o jornal ou de espreitar as capas.

Ando a pensar se continuo a tentar mudá-lo ou se pura e simplesmente devo mudar de quiosque.

quinta-feira, 11 de março de 2004

arranjámos um tempo para rir juntos, outra vez.

sexta-feira, 5 de março de 2004

a aldeia veio ter comigo à rua poluída da cidade. um grande amigo meu deu-me boleia, assim, ocasional, inesperada.
e almoçamos juntos, sozinhos, porque decidimos não convidar mais ninguém.
fugimos de um conhecido meu pela porta dos fundos, como se ainda fossemos os putos que se conheceram na escola
sete
seteais
seteamo
seteparecequeteamo
setesaias
seteanjostebeijaram
setesaias
os colegas reunidos na minha sala, na boa.
picardias sinceras, sentidas. verdades que ficam ditas para sempre, para que os silêncios não sejam invocados no futuro.
e a boa onda - o sete - que volta.
poderá ser sempre assim?
hoje, um amigo meu perguntou-me, sabendo que eu tinha estado no Rio de Janeiro, me perguntou se eu tinha estado no bar do "Tóm Jóban", assim, em inglês.

Ainda nos rimos.

quarta-feira, 3 de março de 2004

confronto à mesa de almoço entre um partidário do rio de janeiro e um partidário da noruega, como locais de eleição para viver.
não conheço a noruega.
fui aos blogues que sacaram os urls que eu queria, antes de ter chegado a este, de que também gosto muito.

eram todos de mulheres.

penso muito nisso ou deixo passar?
às vezes vemo-nos ao espelho sem notar - se olharmos só em frente - que, de um outro ângulo, há pessoas que tambêm nos vêm ao espelho.

e este blogue pode também ser isso: um reflexo de mim.

mas por enquanto só para mim.